sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Curriculum Vitae.



(Todo adulto tem um e comigo não poderia ter sido diferente, entretanto não imaginava que minha vida profissional e acadêmica mudaria tanto da que eu levava nestes tempos. Se pudesse voltar atrás teria entregue este curriculum em escritórios de capitais ou ter aceitado a proposta de trabalho em Angola, na África.)


CURRICULUM VITAE



FABIANO PEREIRA DE LIMA

Solteiro, brasileiro, 25 anos.
Rua Estevam P. B., 33** – Jardim Paulista – CEP 19023-380 – Presidente Prudente – SP Telefone: (18) 3222-460* E-mail: prudentino@gmail.com

OBJETIVO PROFISSIONAL

Atuar nas áreas de desenho, edição e projeto relacionados à área de CAD. Tenho ótima experiência em informática e disposição para aprendizados em outras áreas de desenho. Disponibilidade para futuros deslocamentos e viagens.
Possibilidade de investimento próprio em aperfeiçoamento técnico de acordo com a necessidade da empresa.

QUALIFICAÇÕES

Experiência em desenhos de toda espécie na área CAD, elaboração, edição, revisão, detalhamentos de projetos de instalações elétricas, arquitetura e engenharia. Desenvolvimento de “as build” em todos os seguimentos de engenharia. Dar continuidade a processos quantitativos, cotações de preços, orçamentos relativos aos respectivos projetos.

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

1999/2006 – ESCRITÓRIO DE ENGENHARIA ELÉTRICA – Eng.º Responsável: Hugo Cesar M. M.

Cargo: Projetista/Desenhista.
Atuando atualmente na área de engenharia elétrica, como projetista. Realizo desenhos nas demais áreas de engenharia como profissional autônomo.

FORMAÇÃO ACADÊMICA

1995/1997 – Ensino médio completo – 2006 Cursando Superior de Enfermagem.

HABILIDADES ESPECÍFICAS

Domínio da ferramenta AutoCad, 2D, conhecimentos básicos em 3D.
Conhecimentos em Microsoft Windows, Word, Excel, Internet, Flash, Dreamweaver, Corel Draw, PhotoShop.
Avançado em inglês técnico.





terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Caro senhor síndico.



Foz do Iguaçu, 03/01/2010

Caro senhor síndico;
É com muita surpresa com que motivo-me a escrever esta carta. Pela primeira vez, morando aqui neste condomínio há exatos dois anos e três meses, recebo uma multa que me causou muita estranheza e, até certo ponto, um quê de confusão.

Segundo minha fatura que, pela primeira vez, chegou uma semana antes do vencimento (o que nunca ocorrera antes, fato inédito, pois só chega na véspera de quitá-la), fui multado por: alta velocidade via de acesso. A priori, parece ser uma infração plausível, pois todos nós devemos zelar pela segurança dos moradores. Entretanto, entro noutra questão, caro senhor V., um ponto não menos importante do que o cometimento da “infração” - é a sua possibilidade de acontecimento.

Vamos aos fatos: Desde início da cancela da portaria, até a minha vaga na garagem, medi aproximadamente sessenta metros; destes, creio eu, apenas vinte metros retilíneos e sem obstáculos - a contar que, quando transpassamos a cancela, somos obrigados a transpor exatos seis obstáculos terrestres (famosas tartarugas); que limitam drasticamente qualquer velocidade e torna impossível um carro de passeio (que é o meu) desenvolver mais do que vinte quilômetros horários.

Dada as impossibilidades físicas de exceder este “tal” limite de velocidade, como deixei bem claro, não notei nenhuma placa dizendo qual era o limite permitido aqui dentro do condomínio, não há nenhuma medida educativa ou restritiva (mesmo, voltando a afirmar que é impossível desenvolver altas velocidades dentro do condomínio), limitando a velocidade de trânsito.

Andei pesquisando sobre o assunto antes de escrever-lhe e, pelo que pude concluir, as vias de um condomínio, para efeito de legislação vigente (LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997. Código de Trânsito Brasileiro) no seu artigo 2º diz:

“São vias terrestres urbanas e rurais as ruas, as avenidas, os logradouros, os caminhos, as passagens, as estradas e as rodovias, que terão seu uso regulamentado pelo órgão ou entidade com circunscrição sobre elas, de acordo com as peculiaridades locais e as circunstâncias especiais.
Parágrafo único. Para os efeitos deste Código, são consideradas vias terrestres as praias abertas à circulação pública e as vias internas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades autônomas.”

Infere-se então que, as vias do condomínio equivalem-se às vias públicas e, segundo o código brasileiro de trânsito, no seu artigo 61 diz:

Art. 61. A velocidade máxima permitida para a via será indicada por meio de sinalização, obedecidas suas características técnicas e as condições de trânsito.
§ 1º Onde não existir sinalização regulamentadora, a velocidade máxima será de:
I - nas vias urbanas:
a) oitenta quilômetros por hora, nas vias de trânsito rápido:
b) sessenta quilômetros por hora, nas vias arteriais;
c) quarenta quilômetros por hora, nas vias coletoras;
d) trinta quilômetros por hora, nas vias locais;

Lembrando que, pela definição do código de transito brasileiro, via local é aquela caracterizada por intersecções em nível não semaforizadas, destinadas apenas ao acesso local ou a área restrita. Que é o caso do condomínio, logo o limite se equivale a trinta quilômetros horários. Convenhamos que, com tantos obstáculos, somente um utilitário “atropelaria” as tartarugas e excederia a velocidade permitida e não informada.

Mesmo com os obstáculos para transpor (contenção física), a falta de sinalização (medida educativa e restritiva) limitando a velocidade, gostaria de saber, então, como foi aferido (medida legal e probatória) a velocidade na qual eu estava dirigindo. Gostaria de saber também, que instrumento o responsável pela aplicação da infração usou para chegar a conclusão de que eu estava numa determinada velocidade que, nem ele, nem ninguém sabe qual é, pois não há sinalização alguma nas vias do condomínio informando a velocidade permitida. Será que usou o critério de sempre, “olhômetro” e afinidade com o morador? Se não for abuso da minha parte solicito também, data, hora e placa do veículo, além da exata velocidade na qual eu estava dirigindo.

Esta infração é descabida de possibilidade, incrustada em erro, caro síndico, pois é impossível de se praticá-la. Lamento novamente ter que escrever-lhe para comentar sobre um assunto tão banal e desgastante que são multas condominiais, porém necessárias para se manter a ordem e a organização – que nós moradores do condomínio, tanto nos gabamos.

Sempre fui prontamente atendido pelo senhor, caro síndico e pelo senhor P. Administrador do condomínio, que por sinal tem condutas exemplares no lido com os moradores, sem entrar no mérito da administração. Lembro-me que, da ultima vez que lhe escrevi, quando realmente eu havia cometido uma infração, por necessidade (ultrapassar o limite de quinze minutos na área de descarga); não a questionei porque realmente eu a cometi e fui informado no exato momento, mas desta vez, não vou pedir para o senhor reconsiderar esta multa, como da ultima vez, pois, depois dos argumentos que lhe expus, com todo respeito, eu me recuso a pagá-la.

Não se trata de um ato de irresponsabilidade civil, pois eu NUNCA atrasei um dia sequer o pagamento das minhas despesas condominiais (pode checar se necessário); mas, sinceramente, esta multa é absurda, a não ser que haja lombadas eletrônicas dentro do condomínio, uma prova material, eu arco com a despesa com o maior comprometimento; mas diante dos fatos, respeitável síndico, eu vou arcar somente com TODAS as minhas despesas de condomínio, da quais eu realmente usufrui, exceto esta multa estapafúrdia, que volto a reiterar, eu não a quitarei.

Sinceros lamentos, pois sei que, provavelmente o condomínio irá me acionar na justiça por causa do não pagamento, mas eu vou recorrer, com certeza, pois não há cabimento e sinceramente, estou cansado de ouvir provas testemunhais. Tendo em vista a possibilidade de um prejuízo, entrarei com uma ação contra o condomínio e farei questão de que sirva de exemplo para todos os moradores, pois os mesmos (inclusive eu), arcaremos com as despesas da ação.

Como sugestão, sugiro placas educativas, informando os moradores; sugiro também um brainstorm periódico - haja visto que nem todos podem comparecer às reuniões de condomínio. Uma caixa de sugestões na portaria, seria de grande valia, acredite, pois nem todos têm a coragem de deixar uma carta assinada embaixo da sua porta.

Desta forma, aguardo um parecer por escrito do senhor sob qual procedimento o condomínio irá tomar em relação à minha recusa/reclamação/desabafo/comentário. Solicito, também, à vossa senhoria uma cópia impressa do estatuto do condomínio para eu ficar a par das regras e regimentos para me resguardar de possíveis dissabores como este; e que, para eventualmente, não cometa alguma infração, pois assim como todo morador, sou passível de tal erro, mas desde que tenha cabimento.

Desejo um excelente início de ano para o senhor e toda a sua família, e desejo-lhe também uma excelente gestão à frente do nosso querido e respeitado condomínio neste ano de 2010.
Um forte e respeitoso abraço;

Fabiano Pereira de Lima
R.G. xx.xxx.xxx-0
Apto 704, Bloco 03


(Moral da história: Eu NUNCA perco uma discussão).

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Quem vai pagar o pato eu não sei.




Setenta e duas horas recluso dentro de um quarto, completo hoje. Tudo começou quanto toquei a câmera digital e ela se quebrou; logo após fui regular os graves das minhas caixas acústicas e elas se perderam; então me dirigi ao restaurante mais próximo e barato, meu carro apresentou problemas; não obstante, fui atender o telefone celular e o mesmo recusou-se a me dar qualquer informação. Minhas relações comigo andam desgastadas e não é de hoje.

Tenho ouvido palavras-chave das pessoas próximas que martelam, martelam até que me convenço que realmente estou errado. E eu estou. Vivo num mundo teoricamente de aparência, onde tenho que manter uma suposta estabilidade para ser aceitável no meu convívio social.

E eu não sou estável, tão-quanto normal ou sociável - e cada vez mais tenho chegado a conclusão de que não preciso disso para viver. Eu posso ser isso mesmo quando saio do quarto; um completo irresponsável, que faz o que dá vontade e não mede as conseqüências; que muda de opinião a cada instante e não tem vergonha de assumir; que leva o corpo ao extremo e depois se penitencia comendo legumes cozidos. Atropela o sentimento dos outros e logo depois pede desculpas e ri; pouco se importa com o resultado porque não sente solidão nem medo de ficar sozinho, pois já o é.

Eu posso viver setecentas horas trancafiado no meu quarto que não me sentirei mal. Os meus cabelos brancos me permitem isso - somado ao meu poder de persuasão, alguns caraminguás na conta bancária e um suprimento de leitura, comida e remédios para dormir. O mais lamentável é que quando eu sair do quarto ninguém terá notado a minha ausência.

Sinceramente eu desisto de me policiar, manter a pose de bom menino, desisto daquilo que nunca fui, literalmente.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Quando acabar, me avise!




Foi então que peguei uma garrafa de Porto e ficamos a namorar descompromissadamente. Wes Montgomery interpretava na guitarra, Insensatez de Vinícius de Moraes e Tom Jobim; - aumentei o volume do som, deixei os graves ecoarem por todos os cômodos vazios do apartamento e voltarem para os meus ouvidos para ali ficar. O tempo quente, nada acolhedor, empurrou-me para a vazia sala, fiquei ali, sentado por alguns minutos; alcancei uma das únicas taças que me restam – senão a última apropriada para degustar vinho e me servi.

Queria que estivesse aqui do meu lado, apenas a me observar, sem falar nada, como lhe é peculiar. Apenas me interpretando, pensando por mim – até que terceiro gole nos arrancasse o silêncio para substituí-lo por sorrisos.

Sinceramente não sei explicar o que eu sinto – se me pressionasse talvez diria o que quer ouvir; caso contrário ficaríamos a noite toda apenas imaginando - eu com os meus e você com os seus pensamentos - até que secássemos a garrafa toda e, como era de se esperar, terminasse entrelaçada aos meus braços.

- Acabou...?

- O vinho sim...Responderia-me sorrindo.

- E o que tivemos?

- (…)

Eu, sempre com as perguntas prontas, e você com todas as respostas, sempre me surpreendendo. Tento me desvencilhar, mas tudo me leva às saudades: desde o silêncio da minha vida até o ruído das suas estridentes gargalhadas.

O vinho acabou sim; a música voltou ao seu início; mas o que tivemos parece não ter fim.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

2009 ainda...




Ano passado, foi literalmente o ano “arroz” - aquele cereal de origem asiática, tradicionalmente milenar e difundido em todas as culturas do mundo afora. Cultivável em qualquer tipo de superfície, baixo custo de produção - é sem dúvida um dos alimentos mais consumidos no mundo.

O arroz – apesar de sua presença em diversos cardápios – apresenta baixa quantidade de nutrientes - além de seu sabor ser insosso, se tomado como prato principal e puro.

Tal qual o arroz, meu ano teve as mesmas características.

Tentei fazê-lo da maneira tradicional: não deixando passar do ponto ou sequer tirá-lo antes, mas seu sabor foi sempre o mesmo. Sentia-me saciado, mas não nutrido. Foi, então que resolvi prová-lo de outras maneiras: ao tentar fazê-lo acompanhado com algo, fracassei.

Diferente, talvez exagerei no tempero ou acreditei demais na qualidade dos ingredientes que, apesar da sua aparente qualidade, não superaram as expectativas. Há ainda a possibilidade de ter havido uma expressa recusa dos ingrediente em fazer-se presentes junto ao simples arroz.

Vendo as possibilidades findarem-se, parti para o desespero - exagerando no consumo, fartando-me. Foi extremamente indigesto e catastrófico. Foi então que, depois de vomitá-lo, resolvi parar de comê-lo e morrer por inanição e aguardar uma boa colheita, em terras fecundas e com novas sementes em 2010.


terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Vida real.

Fiquei sabendo da rebelião quinze minutos após o seu início, antes mesmo da imprensa, através de dois colegas que estavam no dia do ocorrido, felizmente nenhum deles saiu ferido, mas três outros, ficaram como refém por horas.

Há inúmeras teses de estudiosos (teóricos, obviamente) sobre as razões que levam as pessoas cometerem tais atos, portanto sem mais delongas vou postar os resultados práticos.

As imagens não me chocam, pois este é o meu trabalho. É uma sensação desagradável receber este e-mail com as imagens e não sentir nada mais do que preocupação com meus colegas.

Debates na imprensa sobre o acontecido.