sexta-feira, 22 de julho de 2011

Solamente acá en Foz.


Ainda não sinto os efeitos da melancolia, mas é fato que nos próximos dias este sentimento será devidamente cultuado no meu novo refúgio. Estava na hora de mudar – as conseqüências do meu comportamento demonstravam isso. Tentei calcificar minhas raízes o quanto pude, mas não havia mais onde tirar motivação para me manter parado neste lugar. Não havia mais ninguém a ser conhecido, nenhum lugar a ser ido, nenhum erro a ser cometido.

Redundante dizer que sentirei falta do lugar, das coisas, das pessoas, do clima e principalmente das experiências.

Acredito que esta imagem retrata bem meus cinco anos passados aqui.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

E que tudo mais vá para o inverno.




Estou com o pensamento longe, mais especificamente na estratosfera. Tenho viajado espaçadamente, sem força da gravidade – vou e volto em qualquer direção sem compromisso, bem lentamente. Pego carona em ricos fragmentos de lembranças de um passado recente, deixo que, sem peso algum ele me guie de volta àquele que foi meu melhor momento. É como se eu estive absorto em um mundo imaginário – alheio a qualquer espécie de realidade.

Não sinto as dores, os lampejos e as lamúrias de uma rotina agora já integrada ao plano comum.

Os meus dias são curtos, passam-se lentos, foco meu ponto de visão em algo e vejo objetos parados movimentarem-se para os lados, como se fora efeitos especiais. Sinto minha pele anestesiada, sensível ao ponto de ser amaciada pelo vento. A chegada da nova estação aguça ainda mais a minha sensibilidade.

A vontade de manter-me inerte é osmótica, ficar esperando algo que eu não sei o quê nem sei quando acontecer, não é um desejo, mas sim um objetivo.