sexta-feira, 1 de junho de 2012

Psiqué.





Você precisa viver mais a sua vida, pensar mais em si – nem tudo o que pode ser um problema para você, realmente o é. Permita-se.

Definitivamente não era o que eu estava esperando ouvir; queria valorizar minha dor, macular a felicidade, pormenorizar momentos da minha tristeza. Precisava fazer valer a pena todo aquele sofrimento, queria que alguém também o sentisse – compartilhar-se comigo aquela dor, - sim, estou sofrendo demais.
Não houve empatia, confesso que sou avesso a estereótipos de auto-ajuda, na verdade houve uma rejeição por minha parte. É a primeira impressão, queria saber seus títulos, sua experiência no que tange ao meu problema, enfim, queria fazer minha avaliação da profissional.
Pouco falei, ouvi teorias das quais eu já conhecia, técnicas ultrapassadas, mas ouvi conselhos interessantes –, novamente estou entusiasmado com a teoria da redução de danos. Precisava me apegar em algo, mesmo podendo pouco me expressar, pude transmitir a minha mensagem: “Ei, não diminua meus problemas, potencialize-os, valorize-os, concorde comigo; estou no fundo do poço.”
A priori, com um diagnóstico rápido e sucinto, meus problemas foram enquadrados na “carência afetiva”.

O que te leva a fazer tudo isso Fabiano? Todos nós temos um motivo para um desvio de comportamento.

Fiz como um cão, corri atrás de um carro, latindo e, quando o carro parou não soube o que fazer. Talvez isso responderia a sua pergunta: eu não sei o real motivo. Talvez já tenha parado para pensar, mas nunca tenha chegado a nenhuma conclusão plausível.

Foi só a primeira sessão, afinal.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

R.





Estava com o pensamento solto, viajando, quase na que estratosfera, quando me veio à tona lembranças que me ocorrem de vez em quando, para dizer a verdade freqüentemente, pois nada mais sou do que um punhado de boas lembranças e muitas aspirações a um futuro feliz.
Abri a janela, deixei bater a suave brisa de primavera no meu rosto e respirei fundo. Fechei os olhos e pude ouvir a sua estridente gargalhada. Simples assim, como sempre, sem motivo aparente: O e-mail, o pensamento, a gargalhada, a lembrança...
Já tive muitas experiências que me marcaram, mas acredito que três foram as que mais marcaram a minha vida: a primeira foi você e as outras duas ainda não aconteceram...

Agora.




Às vezes tenho vontade de rasgar o meu peito com uma tesoura afiada, interromper um fluxo importante de sangue, faze-lo meu curso e nadar de braçadas. É com este ímpeto que me sinto quando a existência se torna algo sem atrativos. Não adianta mudar a trilha sonora, inverter o lado na cama ou ligar a televisão. Faz-se necessário algo que meu corpo compreende e assimila extremamente de forma lúdica – o meu insaciável imediatismo. E sou tão apetecido por ele, que deixo de lado até o meu insuperável ego. Eu desejo o que provenha de forma rápida, tácita e pago relativamente caro por isso. Sou um bom pagador.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

2012.




Queria poder fugir do clichê e não fazer um balanço do ano que se passou. Ano morno, de mudanças bruscas, de recuperação, de expectativas – ano intermediário, preparatório, enfim, indispensável. Os prognósticos são os melhores possíveis: uma cidade nova, livros novos, estudos, pessoas novas.

Novidade me nutre temporariamente, atrai minha atenção; prende-me na janela de expectativas da vida, vendo-as desfilar.

Quero um ano bom, rico e abundante em tudo, é só o que eu quero.