sexta-feira, 1 de junho de 2012

Psiqué.





Você precisa viver mais a sua vida, pensar mais em si – nem tudo o que pode ser um problema para você, realmente o é. Permita-se.

Definitivamente não era o que eu estava esperando ouvir; queria valorizar minha dor, macular a felicidade, pormenorizar momentos da minha tristeza. Precisava fazer valer a pena todo aquele sofrimento, queria que alguém também o sentisse – compartilhar-se comigo aquela dor, - sim, estou sofrendo demais.
Não houve empatia, confesso que sou avesso a estereótipos de auto-ajuda, na verdade houve uma rejeição por minha parte. É a primeira impressão, queria saber seus títulos, sua experiência no que tange ao meu problema, enfim, queria fazer minha avaliação da profissional.
Pouco falei, ouvi teorias das quais eu já conhecia, técnicas ultrapassadas, mas ouvi conselhos interessantes –, novamente estou entusiasmado com a teoria da redução de danos. Precisava me apegar em algo, mesmo podendo pouco me expressar, pude transmitir a minha mensagem: “Ei, não diminua meus problemas, potencialize-os, valorize-os, concorde comigo; estou no fundo do poço.”
A priori, com um diagnóstico rápido e sucinto, meus problemas foram enquadrados na “carência afetiva”.

O que te leva a fazer tudo isso Fabiano? Todos nós temos um motivo para um desvio de comportamento.

Fiz como um cão, corri atrás de um carro, latindo e, quando o carro parou não soube o que fazer. Talvez isso responderia a sua pergunta: eu não sei o real motivo. Talvez já tenha parado para pensar, mas nunca tenha chegado a nenhuma conclusão plausível.

Foi só a primeira sessão, afinal.