quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Sim sinhô coroné!




Não me causou estranheza a autoproclamação de Roberto Requião ao pleito de uma candidatura própria do PMDB à presidência da república. Mas o que me assusta mesmo é o seu discurso teoricamente pró-nacionalismo. Requião, esquece-se que, no seu discurso - no qual diz que apresentaria uma proposta desvinculada de interesses financeiros – foge totalmente à realidade dos avanços sociais, conseguidos hoje, claro, com o empenho do governo; entretanto às custas de recordes de arrecadação de impostos justamente sobre as mercadorias e serviços geradas pelos interesses financeiros.

Na verdade “liberalismo” seja qual for o contexto no qual se encaixe, não faz parte do vocabulário de sua excelência, Roberto Requião, donatário da capitania hereditária do Paraná.

É famoso por centralizar todas as suas decisões, utilizar-se de todas as ferramentas governamentais para cercear os direitos de quem o contrapõe: censurando literalmente a imprensa paranaense, demitindo líderes sindicais, pressionando o poder judiciário e claro, usando órgãos de imprensa pública para atacar seus adversários. Dentre outros “traços de personalidade”, nosso governador é famoso simplesmente por não cumprir ordens judiciais. Além de ter inúmeros processos que só não tem prosseguimento graças à sua imunidade governamental, que impedem que os seus desmandos sejam julgados pela justiça comum.

Requião se declarou “lulista de carteirinha” em entrevista à Carta Capital, mas na verdade, suas características o credenciam a um “chavista de carteirinha”. O Estado do Paraná não tem um governador, uma figura representativa do povo, o Paraná tem um dono. Questionem-no e verão o quão grande é sua fúria, ira e falta de argumentos para um debate corriqueiro num estado democrático de direito.

Lamentavelmente estamos acostumados com tudo isso; há quem diga que os coronéis estão em extinção ou centralizados em regiões pouco desenvolvidas, mas a realidade é outra - estamos todos sob o crivo de seus aguçados chicotes.

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