sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Inércia.



As palavras estão me faltando; está me faltando voz e letras, textos - as folhas em branco já não têm a mesma alcalinidade – a tela com seus infinitos pixels sequer me deixam confuso. Está me sobrando vontade de algo que não sei o que é.

Estava procurando por novidades: a novidade choca, interessa, chama a atenção nem que seja por apenas um tempo. Inverti o lado da cama, troquei de carro, amizades, roupas, lugares comuns e nada. O que me resta é tentar; vou entrar na esfera do trabalho - vou voltar a trabalhar no período noturno, sim! Sair para trabalhar quando todos estão chegando exaustos, passar o dia todo em atividades diferentes; quero aprender a nadar, a dançar como um bailarino, lapidar o inglês, voltar a fazer ioga, praticar alguma luta.

Eu não estou me suportando, estou repetitivo, previsível e sem sal. Não estou me vendo interessante, parece que “emburreci” de uns tempos para cá. Não consigo conduzir uma conversa até o fim, concluir um raciocínio, terminar tarefas simples. Não estou entediado, só com uma sensação de desdém para o mundo. Vou voltar a me embriagar; minha vida voltará a ser divertida, atrativa, musical, misteriosa.

Se nada der certo, eu tomo um remédio para dor de cabeça, vomito e melhoro!



sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Fly away.



Ansiedade e a angustia reinam. O próximo passo: o momento onde uma das partes toma a iniciativa cabal – o que acontecerá daqui para frente? Ele, prostrado por situações anteriores - agora de forma receosa aguarda por uma aproximação.

Basta saber se ele tentará agir de forma indefectível - mesmo sendo a parte descabida de controle ou aguardará por uma iniciativa dela: serena, sutil e não tão fortuito - fruto daquilo que fora despertado e do entusiasmo que a envolve.

sábado, 7 de agosto de 2010

Yuri com ipsilon.




Acorde com o sol raiando, tentando prevalecer entre as nuvens que ainda insistem em sufocá-lo; receba uma ligação do seu trabalho, esqueça as preocupações, apenas atenda, fale com o telefonista que logo o passará para um grande amigo - uma mistura de irmão/amigo/colega na qual, devido às circunstâncias de trabalho, tem pouco contato. Receba-o com surpresa, alegria e uma leve apreensão. Aceite o convite para passar na casa dele depois do trabalho, para que, carinhosamente lhe ofereça um convite de formatura. Abra um sorriso do tamanho do mundo e não titubeie; aceite, agradeça e diga que sente-se muito feliz por ter se lembrado te ti; faça questão de deixar bem claro quão grande é a sua satisfação, mas não pelo objeto e sim pelo gesto. Desligue o telefone, acorde seu colega de apartamento e cobre-o, afinal de contas há tempos não almoçam juntos. Passe no caixa eletrônico, dê uma enorme gargalhada ao ver o seu saldo negativo, agradeça por ter atingido a meta de não comprometer o salário do próximo mês, sorria ainda mais quando comparar suas metas com a do seu colega de apartamento; pesem-se juntos, elogie os quilos a mais e cheguem juntos à conclusão de que estão sedentários; passe pela loja de bijuterias e observem juntos a timidez da bela vendedora. Faça questão de deixar claro que estão a observá-la. Passe pela lavanderia, retire uma parte do dinheiro e pague-a com orgulho; diga que está tudo bem, mas que tem pressa para almoçar. Escolha o mesmo restaurante de sempre; pare em local proibido e conte com a sorte; peçam pratos diferentes, conversem alto, falem sobre sexo, relacionamento, mulheres, amigas, meninas e tudo que se refira ao sexo oposto. Pague a conta do restaurante, pois seu colega, apesar de verificar seu saldo, esquece-se te tirar o dinheiro. Deixe-o no centro para que siga rumo ao estágio, volte ao banco e faça todas as operações bancárias que não havia feito. Vá para casa; receba um telefonema de uma pessoa especial, olhe para o visor e atenda com surpresa, vá ao seu encontro, ofereça socorro. Perca sua tarde de estudos; troque-a por passar no supermercados, comprar ingredientes para brigadeiro, batata-frita e refrigerante; não se esqueça do sabonete líquido que acabou. Quando o grande amigo chegar não esqueça de contar os detalhes do encontro.

É, quatro anos de convivência comigo não é para qualquer um, mas agora temos um grau de parentesco que nos une – somos irmãos!