Tem horas que a minha vontade é colocar o player nas músicas do Verve para tocar, ascender o cigarro que nunca fumei, tomar uma Cerveja Müller – que seria minha nova preferida; debruçado no balcão de um pub, respirando toda a fumaça e de preferência sem acesso à luz do dia. Servido pacientemente por garçons oriundos do Leste Europeu, mão de obra barata e bonita e; cercado por pessoas estranhas vagando ao meu lado: policiais assassinos, soldados da guerra-fria reformados, atrizes circenses, ex-padres, cantores líricos e vegetarianos. O horário escolhido seria o agora; medido por bocejos matinais e entregadores de leite puro, casa por casa. O idioma corrente deste círculo seria indecifrável aos comuns; criptografado por pessoas hereges, permeadas por pensamentos insanos, de contestação. A nossa moeda seria a melancolia.
Nunca me senti tão limitado assim, como agora, nesta noite. Estou no lugar errado, na hora errada e na época errada e fazendo coisas tidas como certas.
Falo das suas palavras as minhas. Só faltou os chapéus nas cabeças, damas e cavalheiros, todos com chapéus.
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