Acordei cedo para um
domingo chuvoso. Assisti aos programas
dominicais da TV aberta ao mesmo tempo em que me atualizava das notícias pelo
telefone celular. Selecionei a minha
região, o meu Estado e cai numa página genérica. Noticias triviais: protestos, acidentes automobilísticos,
movimentação política regional e a notícia da captura de suspeitos de
latrocínio contra a vida de um empresário de Foz do Iguaçu. Fiquei curioso, de
certo, apesar de ser um fato corriqueiro. As pessoas morrem diariamente,
indiscriminadamente e nós nem ficamos sabendo. É tudo muito rápido, um flash. As
pessoas morrem, as famílias ficam em choque, ninguém quer acreditar. O corpo
passa por perícia ao mesmo tempo em que são feitos os preparativos para o
funeral. As pessoas são avisadas às presas, acredito que grande parte nem
comparece ao velório, mas vão ao enterro. Este lapso temporal não demora mais
do que um dia. Talvez você esteja no trabalho, incomunicável, ou viajando, ou
mesmo em casa, sem comunicação por telefone. Quando fica sabendo esta pessoa
não está entre nós. Não é como um parto, ninguém espera pela morte. Nem o mais
pessimista, nem ele. É um instinto - sem sombra de dúvida o nosso mais
incipiente instinto. Eu não sei como reagir, não consigo fazer cognição deste
fato. Particularmente, ninguém que tenha meu sangue morreu, parente consanguíneo
Havia apenas um tio que fora casado com minha tia, contudo ele não era filho da
minha avó.
Foi uma experiência indescritível, pois eu simplesmente travei. Não expressava nenhuma emoção, eu não processei este episódio no momento, num primeiro momento eu agi com frieza, num segundo também. Não quis entender, Não precisava ter que aceitar a ideia também porque era algo irreversível: a morte não tem que ser entendida, tem que ser sentida. Fiquei tento flashes destes momentos por muito tempo. Liberei um choro desesperado, inconsolável e tardio. Um misto de sentimentos: culpa, saudades, dor.
Definitivamente eu não sei como proceder, eu tenho medo. Eu espero a morte sim, é estranho isso, não é pessimismo, é realismo. Isso não me impede de viver, pelo contrário, me entusiasma. Minha avó, vai morrer, minha, minha irmã, minhas tias, primos, meus amigos íntimos.
Querendo eu ou não.
Foi uma experiência indescritível, pois eu simplesmente travei. Não expressava nenhuma emoção, eu não processei este episódio no momento, num primeiro momento eu agi com frieza, num segundo também. Não quis entender, Não precisava ter que aceitar a ideia também porque era algo irreversível: a morte não tem que ser entendida, tem que ser sentida. Fiquei tento flashes destes momentos por muito tempo. Liberei um choro desesperado, inconsolável e tardio. Um misto de sentimentos: culpa, saudades, dor.
Definitivamente eu não sei como proceder, eu tenho medo. Eu espero a morte sim, é estranho isso, não é pessimismo, é realismo. Isso não me impede de viver, pelo contrário, me entusiasma. Minha avó, vai morrer, minha, minha irmã, minhas tias, primos, meus amigos íntimos.
Querendo eu ou não.
Quem não sabe o que é
a vida, como poderá saber o que é a morte?
(Confúcio)
A notícia da morte
que me deixou pensativo foi a de um proeminente empresário da cidade pela qual
morei os mais intensos cinco anos da minha vida. Eu o conhecia por ser freqüentador
do seu estabelecimento comercial, sua história era um exemplo de vida e de
orgulho para toda a cidade. Era simpático, aficionado pelo trabalho.
Sinceramente não fiquei chocado com a morte em si, apesar de ser uma grande
perda. Na verdade, a notícia me remeteu às queridas pessoas que passaram na
minha vida nesta época – pessoas incríveis que fazer uma falta que sinceramente
jamais será reposta, verdadeiros irmãos. Era o local onde nos reuníamos no
final de tarde para jogar conversa fora. Obviamente não era isso que ele
queria, logo seria injusto desejar que ele descanse em paz. Na verdade eu
desejo que a família sim, descanse em paz e que tenha sempre ele nas suas
lembranças.
Queria uma imagem que retratasse a morte, mas que fosse desvinculada de alguma religião ou que não representasse uma punição, mas não encontrei. Link para a notícia:
Queria uma imagem que retratasse a morte, mas que fosse desvinculada de alguma religião ou que não representasse uma punição, mas não encontrei. Link para a notícia:
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