Sinceramente não sei responder quando tudo começou; talvez in útero, ou numa reprogramação para reencarnar; ou quando comecei a desenvolver meu senso crítico.
Minha
primeira frustração foi ser reprovado num “Vestibulinho”; por diversos motivos.
O determinante foi não querer tal mudança – sair da escola pública e ir para o
ensino privado. Somado à minha falta de aplicação nas sessões de estudo, em
seguir o cronograma, o desdém com o meu futuro. Acredito que não fui muito
estimulado para tal empreitada ou mesmo forçado, espremido.
Era
o melhor para mim, sem dúvida; teria diversas dificuldades de aprendizado, de
socialização, afinal seria um “semi-bolsista”, metade mérito, metade custeado
pelos meus padrinhos. A notícia que tive foi que fui reprovado. Não me recordo
muito da prova, estava deveras incompreensível, focada em exatas e literatura -
calcanhares de Aquiles do ensino público.
Às vezes
penso que, apesar do meu desempenho não ter sido acima da média, era um bom
aluno e excelentes em determinadas disciplinas. Talvez tenha passado, o ensino
particular é movido a números, que resultam em cifras. Penso que fui
desacreditado, que talvez seria um dinheiro investido que seria perdido ou
talvez minha vontade tenha prevalecido -
que era a de permanecer na minha primeira zona de conforto.
Poderia
ter sido diferente. Ou não.
Fato
é que nunca fui influenciado durante minha formação; cobrado, orientado. Sempre
tive o livre arbítrio de escolher meus caminhos antes mesmo da formação da
minha personalidade.
Apesar
das limitações estruturais, de recursos e material didático; tive excelentes
professores, mas estávamos anos luz atrás em questão de conteúdo quando
comparado aos colégios particulares.
Tive
o primeiro contato com o preterido colégio quando participava da equipe de vôlei
da minha escola na categoria pré-mirim. Foi um jogo disputado. Foi um jogo
amistoso; ganhamos com uma boa margem. O clima era extremamente amigável; fui
surpreendido, percebi que éramos todos iguais; crianças, outros pré
adolescentes e estamos interessados em nos divertir.
Ao
final da partida fomos convidados a conhecer a estrutura – era incrível. Mas
era tarde, tinha feito a minha escolha; abdiquei da minha primeira grande
chance da minha vida e tenho a mais plena convicção que meu futuro poderia ter
sido diferente.
Não
que signifique algo, mas meus parentes que se formaram neste colégio, nenhum
concluiu sequer um curso superior. Eu me subestimei pela primeira vez na vida,
aos nove para dez anos de idade.
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