Odeio quando as pessoas têm razão no que pensam sobre mim, mas ao mesmo tempo isso me faz bem. Estava ficando incomodado com a sua passividade diante de fatos com tamanha complexidade. Não sou avesso a criticas, - pelo contrário, - sou um grande entusiasta destas, e ser metralhado por verdades é uma atividade dolorosa, porém construtiva.
Eu sou assim, tal quais todos os seres humanos: quando não há um referencial de certo ou errado, tudo o que produzimos se torna certo. Quanto aos fatos em si, aprendi a valorizar e superestimar meus problemas como se fosse uma forma de glorificar meu esforço, que por sua vez vêm sempre em vão, acabando por potencializar mesmo o meu sofrimento.
Não será fácil para que está fora discernir o que é problema de carência, revolta, tristeza, euforia e depressão. Os grandes passos para mim, invariavelmente são acompanhado por grandes tropeços. E os pequenos, apesar de seguros, produzem um efeito de perca de tempo.
Eu acredito que tenho razão quando digo que somos todos iguais e o que nos difere é unicamente a nossa percepção de realidade: Uns podem estar no fim do poço e ter isso como um problema; já outros têm este fator como um estilo de vida, tal qual praticar esportes, ler e trabalhar. Definir um perfil para mim, além de suspeito, seria limitar-me. Para isso há os críticos, os profissionais e pessoas como você; com extremo tato e senso percepção de realidade.
Pessoas fechadas como eu, têm a dificuldade de aceitar a felicidade como uma constante, classificando-a como penitencia ou raros momentos de lucidez.
O meu mundo é uma tentativa frustrada de ter uma vida, baseada em planos para o futuro que nunca se concretizam, livros que ainda vou ler e da perspectiva de ampliar minha coleção de figurinhas repetidas.
Não se assuste se passados cinco minutos de conversa, eu te ligue completamente extasiado, dizendo que sou a pessoa mais feliz do mundo; mas para estas horas, seja fria, direta e crítica, mande-me abrir a janela do meu quarto, desligar o computador e sair do meu mundinho limitado de sempre. Pratique sem perdão um:
- Fabiano, acorde e encare o mundo real, pois já se passaram vinte e nove dos trinta e cinco anos planejados, previstos anteriormente para o final da sua vida. (biológica).
Fabiano... triste ou confuso ? Eis a questão !
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