segunda-feira, 2 de maio de 2011

Mal contato.





Toda vez que ligo o meu velho computador, sigo o mesmo ritual: digito uma senha sem nem mesmo saber o porquê de tê-la posto, aguardo pacientemente o cansado hardware iniciar todos os aplicativos, depois vou fechando os desnecessários; abro meu editor de texto e, na seqüência, o player de musicas. Coloco-o para tocar, como sempre, no aleatório, mas noto que o volume está baixo por um problema de contato. Tento corrigir o problema, ouve-se barulhos, estalos das caixas, até que o som se estabiliza.

O ambiente externo pouco me influencia: se dia, noite, frio, calor, companhias ou não. Por razões que desconheço, prefiro as tardes, solidão e o frio para escrever, sempre acompanhado de uma bebida, nem que seja a saliva para não engolir a seco.

Depois de ajustar o cabo de áudio, sento-me novamente, relaxo o corpo deixando-me levar pela musica. Gosto de escrever a esmo quando não tenho algo em mente; também tenho o hábito de visualizar fotos concomitantemente com a escrita. Deste ritual entrelaçavam-se longas conversas pela internet com amigos, horas a fio contemplando uma tela em branco, bebendo, sorrindo e produzindo palavras que me nutriam por muito tempo. Ficava sempre exaurido – raramente terminava de uma única vez e, quando acontecia, depois eu sempre dormia exausto.

De uns tempos para cá, sem tom melancólico, não tenho tido a mesma sensação de prazer e intensidade, como conseqüência disso não tenho produzido mais. Tudo o que eu escrevi neste ano passado, resume-se ao que eu escrevia em dois meses quando em épocas áureas. Algumas coisas me fazem falta, são símbolos, para dizer a verdade, e tenho extrema dificuldade em achar substitutos para estes objetos/pessoas/lugares/sensações/sons/épocas.


2 comentários:

  1. Tá tão dificil de eu conseguir postar alguma coisa, que fico procurando motivos banais pra isso! Aprendendo ainda! E te seguindo!

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  2. Já falei que curti essa foto, né? =)

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