quarta-feira, 28 de julho de 2010

Foz do Iguaçu.


Não sei se o tempo passou rápido demais ou as experiências que tive foram as mais intensas que a impressão que tive que tudo aconteceu num estalo. Eu me lembro como se fosse hoje, verão de 2004, estava voltando de um cursinho preparatório para concursos, peguei uma chuva na volta, tentava me desvencilhar, mas era em vão – corria, tentava me esconder, mas sempre se molhava. Em determinado momento eu desisti, os cadernos molharam, os tênis encharcaram e os óculos embasaram.

Minha primeira reação foi chutar uma pedra, joguei os cadernos para cima e sentei na calçada. Pensei em tanta coisa, refleti os até então 23 anos em alguns minutos. Chorei, ri, gritei e sai correndo na chuva, dançava pelo asfalto, falava alto, sozinho tal qual um louco.

Eu nunca imaginei que iria parar aqui em Foz do Iguaçu, nunca. Para falar a verdade nem sabia onde ficava geograficamente, eu apenas queria ir para algum lugar, poderia ser qualquer um, e foi.

No ano seguinte, escolhi o meu local de trabalho, dei a noticia para minha família, meu ex-patrão e para minha ex-namorada. Uma decisão que mudou toda a minha vida, sem exageros, deixei tudo para trás, tudo e todos. Agradeci a todos, coloquei todas as minhas roupas numa caixa, juntamente com o meu inseparável computador. Peguei um dinheiro emprestado com o meu padrasto, embarquei sem ao mesmo saber onde ficar. Na despedida engoli seco uma lágrima. Na verdade ela não escorreu, apenas comprimi todo sentimento de saudades num piscar de olhos.

Certa vez estava entediado conversando com uma amiga e ela me disse que tinha inveja da vida que eu levava. Às vezes olho pela janela do meu apartamento e fico pensando em tudo o que eu vivi aqui. Realmente não tenho do que reclamar, eu fiz tudo o que eu quis, aproveitei ao máximo tudo e a todos e da forma que mais me agrada: exageradamente.

Obrigado por me proporcionar tudo isso em apenas 4 anos, Foz do Iguaçu.

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