quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Entre por esta porta agora...




Depois de tanto tempo priorizando minha vida – que não a sentimental, senti falta de alguma coisa que me complete; algo maior que a satisfação pessoal, as auto-massagens no ego; os elogios no trabalho e os desafios vencidos no dia-dia.

Este sentimento veio assim: numa noite fria, totalmente produtiva em outras áreas, mas na hora de me deitar na minha cama, senti como se fosse um grão de areia de tão pequeno. Entre uma ressaca e outra, este sentimento foi constante; ora calmo, ora desesperado - e agora, tão intenso.

Cade você?

Nunca a procurava, sempre aparecia num dia ermo, em horários apressados e agora não mais e, em momento algum. Às vezes a procuro pelas ruas, pelos bares, pelas agências bancárias, - olho seu provável rosto e traço paralelo com os meus planos, imagino nossas vidas daqui há anos e você sequer se importa; tira seu cartão de crédito do caixa e vai embora num piscar de olhos.

Sempre que acho que a encontro, depois de minutos de conversação ou apenas observação me vem à cabeça a seguinte frase: “Não, não é você...” Eu me perco em corpos e bocas que não são os seus – acordo arrependido, decepcionado. Às vezes insisto, mas não há como forçar, logo desisto e sigo em frente, perdido.

Seu lugar está reservado, prometo ser o mais prudente possível; depois de tanto tempo me vejo menos errante e cada vez mais apaixonado, mas “não, não é você...”

Como será que você é? Onde eu a encontro? Será que tem a noção que eu realmente existo e que em poucos instantes as nossas vidas mudarão de forma drástica? Na realidade a culpa tem sido minha – tenho me contentando com muito pouco, muita rapidez; pouca intensidade e sentimento.

A valorização deu lugar aos impulsos sexuais. Tenho dado abertura a pessoas vazias e sem conteúdo apenas para me divertir ou divertir-nos mutuamente. Como se sexo me completasse momentaneamente - e até consegue. Dura o suficiente para colocar minha cabeça no travesseiro, olhar para o teto branco do meu quarto e sentir a sua falta.

Como ser tão descuidado assim? Relapso, irresponsável com outras pessoas!? Foram os dois anos mais longos da minha vida - porém não todo perdido; pude caminhar com as próprias pernas: errei, acertei; mais acertos do que erros. Cresci tanto que cheguei a um estágio que só mesmo uma paixão para me desestabilizar novamente - e tenho tanta pena de mim mesmo quando isso acontecer novamente: pena do meu sono; suor e do estômago.

Há tanta coisa acumulada aqui dentro que não cabe mais em mim. Quero dividir mas...”não, não é você...”

Queria que me encontrasse de uma maneira inusitada; como das outras vezes em que aparecera na minha vida. Num show no qual eu estivesse acompanhado por outra mulher; numa livraria comprando livros em promoção; num banco da praça; no trânsito; fila do supermerado ou mesmo pela internet...Mas apareça; agora mais do que nunca sinto a falta de quem ainda não encontrei na vida: a pessoa especial, que por enquanto não tem cabeça, cor de cabelo, idade, olhos e religião.

Juro não mudar mais de opinião, ser instável e filho-da-puta. Como me incomoda ver casais na televisão, nos parques, nas fotos...Mas que droga, cade você novamente?

Quero te encontrar nas letras, palavras; no meu mundo imaginário; fazer tudo sem você saber e, de repente, do nada - jogar toda a minha vida e obsessão por ti nos teus ombros.



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