Há muito tempo atrás tomei um antiinflamatório, não lembro qual era o seu nome, mas era potente; tive uma espécie de alucinação. Estava sentido fortes dores nas articulações e me receitaram este, que segundo o farmacêutico era absorvido mais rápido e não prejudicava a mucosa estomacal.
Foi uma sensação estranha, de lentidão de movimentos – mexia vagarosamente meus braços e podia ver uma luz seguindo meus movimentos; tal qual uma espécie de espectro.
Passava longe de ser uma substancia alucinógena, afinal de contas era uma medicação - talvez o efeito fora causado pela falta de alimentação adequada por minha parte e pelo excesso na posologia, devido ao alto grau de dor. Qualquer movimento que eu realizasse era seguido pela luz, tal qual um efeito especial: fosse com as mãos, dedos, perna, cabeça... A dor passou, deitei na cama e dormi satisfeito.
À medida que ia se afastando da minha atual casa, tive a mesma sensação - só que desta vez sem antiinflamatórios e quem me seguia eram pensamentos apenas.
Estávamos atrasados, era preciso cruzar todo o Estado do Paraná; tínhamos seiscentos e poucos quilômetros pela frente de estrada esburacada em muitos trechos, duas pistas apenas, muito tráfego e três destinos finais diferentes.
O carro; novo e potente - somado a nossa pressa, habilidade de dirigir do meu amigo, e a sua intimidade com seu bólido - tentavam em vão deixar tudo para trás.
Afinal de contas eu estava indo para casa ou voltando para casa?
– Vamos acelere! – pensava; uma hora isso vai ter que deixar de me seguir. Bons trechos de asfalto e conversas divertidas sobre experiências amorosas nos permitiam ultrapassar a barreira dos centro e quarenta quilômetros.
- Quero ver se é capaz de me seguir com cento e oitenta quilômetros por hora! - desejava. Não adiantava, estava sempre atrás de mim, dos meus movimentos – os pensamentos.
Foi então que, ao passar vagarosamente por um obstáculo que respirei fundo, olhei para o espelho retrovisor e não vi mais nada. Senti um pequeno estalo - talvez provocado pelo obstáculo e pela parada repentina para efetuar a manobra na estrada.
Mexia as mãos ainda com receio; olhava para trás e só via meu outro amigo entretido num sono cadenciado com os balanços dos amortecedores do carro, em perfeita sincronia de movimentos: homem/máquina. Respirei aliviado, estiquei as pernas e pedi para aumentar o som – era música eletrônica, destas que não falam nada, não expressam nada e não transmitem emoções, sentimentos - somente sensações.
A sensação era prazerosa - coloquei o banco mais para trás, tirei o tênis e cruzei os braços entre o pescoço e deixei as sensações da trance, techno, house - seja lá qual nome dão a este tipo de “música” permear meus pensamentos provocando apenas sensações.
Quando retornar para casa, daqui há dez dias - quero sentir apenas sensações, chega de pensamentos.
Foi uma sensação estranha, de lentidão de movimentos – mexia vagarosamente meus braços e podia ver uma luz seguindo meus movimentos; tal qual uma espécie de espectro.
Passava longe de ser uma substancia alucinógena, afinal de contas era uma medicação - talvez o efeito fora causado pela falta de alimentação adequada por minha parte e pelo excesso na posologia, devido ao alto grau de dor. Qualquer movimento que eu realizasse era seguido pela luz, tal qual um efeito especial: fosse com as mãos, dedos, perna, cabeça... A dor passou, deitei na cama e dormi satisfeito.
À medida que ia se afastando da minha atual casa, tive a mesma sensação - só que desta vez sem antiinflamatórios e quem me seguia eram pensamentos apenas.
Estávamos atrasados, era preciso cruzar todo o Estado do Paraná; tínhamos seiscentos e poucos quilômetros pela frente de estrada esburacada em muitos trechos, duas pistas apenas, muito tráfego e três destinos finais diferentes.
O carro; novo e potente - somado a nossa pressa, habilidade de dirigir do meu amigo, e a sua intimidade com seu bólido - tentavam em vão deixar tudo para trás.
Afinal de contas eu estava indo para casa ou voltando para casa?
– Vamos acelere! – pensava; uma hora isso vai ter que deixar de me seguir. Bons trechos de asfalto e conversas divertidas sobre experiências amorosas nos permitiam ultrapassar a barreira dos centro e quarenta quilômetros.
- Quero ver se é capaz de me seguir com cento e oitenta quilômetros por hora! - desejava. Não adiantava, estava sempre atrás de mim, dos meus movimentos – os pensamentos.
Foi então que, ao passar vagarosamente por um obstáculo que respirei fundo, olhei para o espelho retrovisor e não vi mais nada. Senti um pequeno estalo - talvez provocado pelo obstáculo e pela parada repentina para efetuar a manobra na estrada.
Mexia as mãos ainda com receio; olhava para trás e só via meu outro amigo entretido num sono cadenciado com os balanços dos amortecedores do carro, em perfeita sincronia de movimentos: homem/máquina. Respirei aliviado, estiquei as pernas e pedi para aumentar o som – era música eletrônica, destas que não falam nada, não expressam nada e não transmitem emoções, sentimentos - somente sensações.
A sensação era prazerosa - coloquei o banco mais para trás, tirei o tênis e cruzei os braços entre o pescoço e deixei as sensações da trance, techno, house - seja lá qual nome dão a este tipo de “música” permear meus pensamentos provocando apenas sensações.
Quando retornar para casa, daqui há dez dias - quero sentir apenas sensações, chega de pensamentos.
Rapaz! Que remédio vc tomou? Quero também!!!
ResponderExcluirBrincadeirinha...
Pensamentos estão aí, não adianta fugir deles, infelizmente...
Até
=o)
Boas sensações irão trazer bons pensamentos...
ResponderExcluirAdorei a foto!:-)
Bjs
............dominar a si mesmo é uma arte...
ResponderExcluirFalando em arte, prefiro ainda pintar o sete.
Dominar-se em parte é perder muitas coisas ...deixar-se tomado pela falta de domínio também é prejudicial...a receita é o equilibrio...Hora bolas....quem quer esse tal equilibrio?
pra por e para quem?