Se um dia eu acordar querendo mudar tudo de lugar, trocar de nome, arrumar novos amigos, procurar outro trabalho, virar vegetariano e comprar um cachorro; não me dêem ouvidos.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
sábado, 26 de dezembro de 2009
Vai um OMEPRAZOL aí?
Há tempos não sentia a imunidade tão baixa, tanta dor física, mais especificamente esta no esôfago. Até então não sabia qual era a função deste órgão, hoje eu sei detalhes da sua anatomia e funcionamento. O que ocasionou isso? Uma boa dose de estresse, misturada com muita bebida alcoólica e uma musculatura lisa fatigada.
Pareço uma mulher grávida: fico com ânsias o tempo todo, salivando, soluçando e sentindo dores na região do esterno, não sinto fome e tenho dificuldade incrível para engolir até água, isto quando não sou acometido por ataques de asma e regurgitação.
Basicamente o que acontece é um bombardeio impiedoso de ácidos do estomago e sucos biliares no meu esôfago, o que ocasiona um ulcera. Estes, que deveriam ficar no estômago, retornam devido ao não fechamento da “válvula” do esôfago. O esôfago tem um revestimento fino, não resistindo aos “refluxos” de substâncias digestivas advindas do estômago.
Ano retrasado quase perdi a voz, devido à corrosão dos ácidos que afetavam as minhas cordas vocais. Há quem não reconheça a minha voz hoje, devido ao tratamento, voltei a falar sem fazer muito esforço. A minha culpa se resume nas doses cavalares de bebida, estresse, comer e deitar imediatamente, fazendo com que ocasione o tal refluxo gastro-esofágico.
Admito que abandonei o tratamento, mas não os novos hábitos recomendados pelo Dr. Mohamed. Abandonei comidas, pimenta, reduzi o chocolate, aboli alguns refrigerantes à base de cola e comprei um travesseiro triangular, mais conhecido como uma manta anti refluxo.
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
Ho ho ho.
Natal me remete a muito saudosismo e, por este motivo, quando voltar a Foz do Iguaçu, acredito que terei muito que escrever. Natal para quem não sabe, é aquela data Cristã, (que os judeus e os chineses aproveitam o feriado para ganhar dinheiro) na qual as pessoas se reúnem em volta de um objetivo comum: não, não é o nascimento de Jesus, mas sim o Peru!
O grande símbolo do Natal, sem dúvida nenhuma, é o consumismo. Nunca vi data mais apelativa, hipócrita e significante para as pessoas. Ao longo do ano, servimo-nos de ganância, intolerância, egoísmo - mas ao chegar o Natal, nos reunimos, juntamente com as pessoas que, na maioria das vezes, mal nos importamos o ano todo, e de uma maneira “mágica” (como na propaganda da Coca-Cola); tudo se resolve, consumindo, consumindo e consumindo.
Independente destes conceitos e da dor de cotovelo que estou sentindo das pessoas que realmente assemelham a essência do Natal; pensei numa inversão total: durante todo o ano, praticamos o espírito de Natal; nem precisa nos encher de presentes e se entupir de Peru; apenas a essência do Natal - e no dia vinte e cinco; chutamos o balde, a bunda gorda do Papai Noel, a mesa, o peru, os convidados e o caralho a quatro!
Soa mais coerente, porém acredito ser impraticável para muitos – talvez me inclua também, mas para os entusiastas do Natal em si – o que me excluo desde já – para estes sim, impraticáveis desde sempre.
Antes da ceia, vamos todos nós – ao redor do mundo – rezar pelas pessoas que tem fome, não tem trabalho, não tem teto; depois, sem o mínimo constrangimento, enfiar um pedaço suculento de carne na boca, tomar bastante vinho e depois dormir nas nossas camas secas, não atingidas pelos desastres naturais.
Viva esta magia do Natal, o verdadeiro espírito de felicidade que nos contagia e faz-nos sentir menos culpados pelos problemas do mundo, afinal de contas, é Natal!
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Pode sim.
- May i help you? Era o que eu ouvia quando apertava incessantemente o único botão que não era fake do celular de brinquedo - que vendeu muito pelas feiras-livres no começo dos anos noventa – e, ouvia repetidas vezes esta maldita frase.
No começo confesso que era quase impossível decifrá-la - dado meus ínfimos conhecimentos de língua inglesa e a péssima pronúncia robotizada do aparelho, mas com o tempo fui me concentrando e decifrando cada palavra.
O que será que este maldito está tentando dizer? -“laila viu”; era tudo o que eu entendia. -“laila viu”, mas que diabos é esse “laila viu”, será que é alô em chinês? - Pensava. Destruí vários na parede, mas até hoje eu não decifrei as primeiras frases, mas sei que o final era realmente este: Posso ajudá-lo?
- May i help you?
As vésperas de viajar, ao longo de um dia cansativo fisicamente de trabalho, após efetuar minhas tarefas cotidianas, vagueava de posto em posto de trabalho, esperando acabar o plantão.
Uns falavam sobre motores de barcos e as suas funcionalidades – as melhores marcas, potências, custo benefícios; não me senti muito a par do assunto, fiquei pouco tempo e me desvencilhei das histórias de pescadores. Então segui em frente, até me deparar com o grupo dos especialistas
Por um instante - senão por toda a minha vida - não me vi ligado a nenhum grupo especificamente. E puxando pela memória, realmente não fiz parte de grupo algum durante toda a minha vida.
Não me sinto excluído por este detalhe, pelo contrário, eu me vejo interagindo com todos. Entro e saio a qualquer momento; seja por afinidade, necessidade, oportunidade, instabilidade ou amizade; no meu trabalho, na minha vida sentimental, social, faculdade e até da minha família.
O meu, sem dúvida, é um grupo com uma pessoa só: transparente, amorfo, mas com conteúdo, seja ele qual for. Tenho que parar de admitir que preciso de ajuda, pois estou ciente há muito tempo, está ficando constrangedor para mim mesmo, até porque ninguém percebe, só eu. Sempre soube o que, quem e onde (não) procurar; o que eu inverto é a seqüência, ou pulo etapas, ou não dou prosseguimento ou simplesmente vivo.
De qualquer forma, um feliz natal a todos os grupos, inclusive o meu. Seja lá qual for.