Se um dia eu acordar querendo mudar tudo de lugar, trocar de nome, arrumar novos amigos, procurar outro trabalho, virar vegetariano e comprar um cachorro; não me dêem ouvidos.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Oinc, Oinc.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Receita de bolo.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Geração saúde.
terça-feira, 21 de julho de 2009
CEO da sua própria vida é demitido por indisciplina.
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Fraldas...
Continua...
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Men at work.
domingo, 12 de julho de 2009
Você é aquilo que você SUJA.
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Eu, eu mesmo e os outros.
Estou dedicando tempo demais a outras pessoas que mal conheço; tenho perdido tempo com coisas que não dizem muito ou sequer dizem algo de meu interesse; assuntos e discussões que, como diria alguém com um pouco mais de sensatez: não traz nenhum benefício para mim diretamente.
Não sei se por absorção espontânea, fuga ou até mesmo fraternidade - incorporo os problemas dos outros e acabo por não viver ou dedicar o tempo necessário para minha vida; seja ela profissional, sentimental ou acadêmica.
Entro em discussões sobre teorias que nunca foram colocadas em prática; assuntos que estão aquém de qualquer aspiração momentânea de quem quer fórmulas práticas para resolver os problemas. Divagações sobre aquilo que nunca existiu.
Pego-me solucionando os problemas sentimentais dos outros enquanto eu me escondo por detrás de uma tela de LCD e procuro a felicidade sentimental em textos bem elaborados; fantasiando situações que gostaria que acontecesse, vivendo num mundo à parte!
Fico tentando ensinar regras de colocação pronominal para filhos dos meus amigos enquanto tenho que me preparar para um exame numa disciplina na universidade, na qual nem entrei no segundo semestre letivo e a carregarei até o fim de novembro na minha consciência e nas longas noites em claro que passarei tentando entender a maldita matéria.
Meus livros estão empoeirados na estante, muitos papéis estão acumulados e desorganizados, todos misturados dentro do armário: contas com rascunhos; comprovantes de pagamento com apostilas; copias de livros com resultados de exame de sangue; cartas de amor e ódio juntas.
Faço questão de juntar todo material que paguei e não uso mais, organizá-los por categorias, tópicos, “mastiga-los” e emprestar para meus colegas estudarem para concursos públicos ou apenas deixá-los na estante esperando que o conteúdo entre por osmose nas suas duras cabeças.
Meu computador está com vírus, preciso fazer uma cópia de segurança para não perder tudo de uma hora para outra – fotos de família, textos, e-mails que gosto de ficar lendo, relendo - mas não tenho tempo, pois faço questão de ajudar meu amigo a fazer uma “montagem” num programa gráfico parodiando seu colega de trabalho; ou tento por msn fazer um gráfico no Excell para um amigo de um conhecido.
Tenho assuntos pendentes no trabalho - mesmo estando de férias; contudo perco-me nas conversas dos meus colegas que insistem em perguntar o porquê de eu não ter ido viajar para a casa dos meus pais durante as férias, mesmo já sabendo a simplicidade da resposta.
Estou um tanto cansado das pessoas que não tem nada a me oferecer e/ou retribuir a curto, médio e longo prazo - para falar a verdade estou com muitas saudades de mim; dos tempos nos quais imperava apenas meus interesses; minhas necessidades primárias e colocava no centro do universo o meu enorme umbigo.
Porque eu tenho que sempre estar de prontidão? Sempre esperando alguém aparecer com um problema para eu resolver; porque não o Google; o terapeuta de vocês; a vizinha; o diretor do colégio; o mecânico; a polícia ou a justiça?
Porque tem que ser eu? Já ouviram falar em terapias alternativas, cartomantes, álcool, bíblia, namorados, filosofia, drogas ou enciclopédias? Pois então pessoal!
Dar atenção seria uma forma indireta de receber atenção - algo que a astrologia talvez explique; que fuja da razão ou que - de forma direta eu sinta esta necessidade. Não envolve amizade, mas sim interesses; por isso destoa do simples altruísmo e por isso só agora me perguntei o porquê ficar até as três, quatro horas da madrugada ouvindo os problemas alheios, enquanto os meus ficam na geladeira, acumulando gelo.
Em se tratando de mim, deve ter uma explicação, algum egoísmo envolvido, algum interesse meu por trás de tudo; não há como negar, não sou assim – talvez seja um estado de espírito momentâneo (que está durando bons três anos); uma forma de me purificar, de imputar nestes pequenos atos - nesta “doação”, (até porque faço decoração) àquilo que eu não tenha feito antes e, como numa forma de penitência, abrisse mão momentaneamente dos meus interesses para me sentir bem com os outros.
Bingo novamente; enfim, prazer – ser humano, Fá, para os íntimos! Uma forma ponderada de “contribuir no sinaleiro com moedas”; uma medida paliativa quanto à minha mea-culpa da falta de coração de outrora, do modo blasé de ver tudo ao meu redor, pois eu era assim, ou talvez sempre fui, mas nunca tinha parado para pensar.
Fato é que não estou me sentindo bem (ser humano novamente - prazer, Fabiano agora) – sentir-se “leve” é um termo ambíguo: leve de espírito, mas vazio, faltando meu conteúdo, meus pedaços, minhas dúvidas, meus problemas, meu relacionamento, meu tempo.
Como diria uma (como definir alguém que comenta no blog?); enfim, uma pessoa que me leu e comentou algo como:"Doar-se para os outros é ser egoísta consigo mesmo." (Marcelle) - logo, então, para fugir do estereotipo do ser egoísta (que hoje me incomodaria); qual a solução? A ponderação? A seleção ou o tempo a dedicar? Ou a quem dedicar - algo burocrático como: - Tenho dez minutos, seja breve e tire a corda do pescoço, respire fundo e entre neste site!?
Pensando bem, quem tiraria a corda do meu pescoço; quem largaria algo que está fazendo despretensiosamente (que não os melhores amigos) para fazer tal doação? - mas como disse, meus amigos não contam - e tudo isso sem interesse algum? (pensando...pensando...pensando...).
Logo chego à conclusão então de que estou perdendo meu tempo; meu precioso tempo, meus minutos de ócio enquanto outras pessoas o gozam por mim/de mim. E eu continuo a estar sempre atrasado e com muitas coisas por fazer e desesperado – sempre!
Meu proveito é tão pequeno, minha pseudo-doação-com-interesses-alheios, não me satisfaz e sequer faz cócegas nos meus pecados - até porque ainda tenho muitas, mas muitas contas a acertar; devo para tanta gente, fiz tanto mal a pessoas com boas intenções; tenho tantos pecados; erros injustificados; maldade deliberada; e todos os sinônimos cabíveis referente à egoísmo, ser o centro do universo e literalmente ligar o foda-se para todo e qualquer ser – independente da sua proximidade. Agora me vejo nesta desconfortável e conflitante situação...
Outro dia, despretensiosamente, me perguntaram bem vagamente, do nada: qual era o segredo...
Eu curioso disse: - Mas que segredo? Não há segredo algum para você e um seleto grupo de cinco pessoas na minha vida no qual faço questão de falar abertamente tudo e não me sentir culpado! Para os outros, minha vida é um blog aberto, basta saber interpreta-lo – sorri; digo fiz “rsrs”.
- O segredo de ser tão assediado; de te procurarem direto; de você entrar na internet abrir dez janelas do Messenger instantaneamente; ligarem de madrugada todos os dias; mandarem e-mails; cartas...De te quererem tão bem. Qual o segredo? – explicou-se melhor. Você, aparentemente é um cara comum, destes que se não o conhecessem, passaria despercebido pela multidão; eu o “via” assim antes de conhecê-lo, de me envolver contigo, precisar... - concluiu.
A pergunta não fora tão específica, tive que desvenda-la; mas a resposta foi.
- É um jogo mútuo de interesses e, dependendo da situação, um lado sempre sairá em vantagem. O ideal seria os dois, porém; ora perdemos, ora ganhamos. É vida minha pequena, um jogo de interesses, de egoísmo e segundas intenções ou acha que estou até agora acordado tão tarde à toa? Ainda acredita que as pessoas trabalham porque trabalham; sofrem porque gostam de sofrer ou resolvem os problemas dos outros por resolver?
- Fazemos o bem, ajudamos as pessoas não por simplesmente ajuda-las, mas para nos sentirmos bem, entende? Nós, nos sentirmos bem – o resultado é uma conseqüência benéfica para ambos, todos saem felizes e satisfeitos dependendo das circunstancias. - conclui com toda a sinceridade explicando os motivos que me levam a cometer tal ato de doação e conseqüentemente, hoje não estar me sentindo satisfeito com os resultados.
- Pensando bem, ninguém me conhece realmente, ninguém! Nem eu.
Para finalizar; a interpretação é algo tão íntimo, tão pessoal e interno que pode ser considerado uma habilidade egoísta, portando não me entendam mal. (Não, não escrevi para vocês; escrevi para mim – como era de se esperar).
sábado, 4 de julho de 2009
BR-277
Foi uma sensação estranha, de lentidão de movimentos – mexia vagarosamente meus braços e podia ver uma luz seguindo meus movimentos; tal qual uma espécie de espectro.
Passava longe de ser uma substancia alucinógena, afinal de contas era uma medicação - talvez o efeito fora causado pela falta de alimentação adequada por minha parte e pelo excesso na posologia, devido ao alto grau de dor. Qualquer movimento que eu realizasse era seguido pela luz, tal qual um efeito especial: fosse com as mãos, dedos, perna, cabeça... A dor passou, deitei na cama e dormi satisfeito.
À medida que ia se afastando da minha atual casa, tive a mesma sensação - só que desta vez sem antiinflamatórios e quem me seguia eram pensamentos apenas.
Estávamos atrasados, era preciso cruzar todo o Estado do Paraná; tínhamos seiscentos e poucos quilômetros pela frente de estrada esburacada em muitos trechos, duas pistas apenas, muito tráfego e três destinos finais diferentes.
O carro; novo e potente - somado a nossa pressa, habilidade de dirigir do meu amigo, e a sua intimidade com seu bólido - tentavam em vão deixar tudo para trás.
Afinal de contas eu estava indo para casa ou voltando para casa?
– Vamos acelere! – pensava; uma hora isso vai ter que deixar de me seguir. Bons trechos de asfalto e conversas divertidas sobre experiências amorosas nos permitiam ultrapassar a barreira dos centro e quarenta quilômetros.
- Quero ver se é capaz de me seguir com cento e oitenta quilômetros por hora! - desejava. Não adiantava, estava sempre atrás de mim, dos meus movimentos – os pensamentos.
Foi então que, ao passar vagarosamente por um obstáculo que respirei fundo, olhei para o espelho retrovisor e não vi mais nada. Senti um pequeno estalo - talvez provocado pelo obstáculo e pela parada repentina para efetuar a manobra na estrada.
Mexia as mãos ainda com receio; olhava para trás e só via meu outro amigo entretido num sono cadenciado com os balanços dos amortecedores do carro, em perfeita sincronia de movimentos: homem/máquina. Respirei aliviado, estiquei as pernas e pedi para aumentar o som – era música eletrônica, destas que não falam nada, não expressam nada e não transmitem emoções, sentimentos - somente sensações.
A sensação era prazerosa - coloquei o banco mais para trás, tirei o tênis e cruzei os braços entre o pescoço e deixei as sensações da trance, techno, house - seja lá qual nome dão a este tipo de “música” permear meus pensamentos provocando apenas sensações.
Quando retornar para casa, daqui há dez dias - quero sentir apenas sensações, chega de pensamentos.