Agora sim me sinto um completo Fabiano: minha felicidade tem hora para acabar – tomo os anti-depressivos pela manhã, sobrevivo ao trabalho, às cobranças filhas-da-puta da minha consciência; esgoto meu corpo fisicamente ao extremo como penitencia aos meus pecados (que são muitos e diários) e tento não me lamentar com a falta de tempo - supostamente mal administrada por mim; e fim.
Acaba o dia; tenho uma vontade incontrolável de degolar a primeira pessoa que cruza o meu caminho; o primeiro que me olhar com desconfiança, demorar a raciocinar, pensar o obvio, segundos depois de mim.
Senão, passar a alça da minha bolsa faculdade/trabalho na garganta e refletir na janela do meu apartamento: - Está um dia lindo para voar não acha espelho?
Padeço; tomo um banho bem quente e demorado, fico observando a agua escorrer pelo ralo, levando todos os meus problemas e pecados; esfrego-me até sair o couro, uso apenas toalhas brancas e limpas, sempre brancas para observar as impurezas ainda impregnadas ao sair do banho. Tomo agua o suficiente para não sentir sede ou ficar com vontade ir ao banheiro de madrugada, tudo na medida certa – coloco sistematicamente o despertador do celular para despertar concomitantemente com o da televisão. Invariavelmente o da televisão antecede o outro; às vezes o celular falha ou acaba a energia e a televisão desconfigura.
Meu relógio biológico milimetricamente ajustado me ajuda sempre; desde que não esteja influenciado por álcool ou por ansiolíticos; há sim, noites perfeitas de sono, todos os dias!
Aqui fica o meu muito obrigado ao clordiazepóxido, todas as noites, um comprimido depois de escovar os dentes; os que convivem comigo agradecem os seus benefícios!
e eu que te achava o cara mais normal, pacifico e natural que conheci! Putz! você é tão humano quanto qualquer um... e acho que isso é bom!
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