sábado, 18 de abril de 2009

Enquanto isso na farmácia da esquina...

Em posse das receitas, resolvi consumar o fato; finalizar logo, afinal foi um longo tempo de espera e se demorasse muito, perderia as receitas controladas no meio da minha (des) organização.

Não fui à faculdade, cheguei do trabalho, tentei dormir e não consegui - gripe, cansaço físico e mental, fome e vários outros fatores psicológicos me assolavam. Então coloquei uma camiseta amassada, uma bermuda que fica permanentemente alojada na minha rack e procurei pelo cartão de crédito, pois não achei o dinheiro.

Era muito mais comodo ligar e mandar entregar o remédio em casa, mas como não tinha dinheiro em espécie, tive que me deslocar até a farmácia mais próxima Peguei meus óculos e sai; assim como minha casa, minha vida; meu carro sofre as conseqüências da minha desorganização: nunca vi tanta concentração de papeis num só local; trabalho, cópias, panfletos que guardo para ler depois, câmera digital, sacolas retornáveis de supermercado, óculos de sol entre outros e não foi fácil achar os documentos do veículo.

Talvez pela gripe, estava sentindo calafrios; calor e frio ao mesmo tempo, leves vertigens, mas mesmo assim me desloquei para a farmácia, pois assim aproveitava para pegar um anti-sintomas gripais. Pois bem, evitando cruzar a cidade toda, fui de carro numa farmácia “caseira”, bem pequena, mas de grife! Entrei apressado, antes mesmo já tinha sido fitado o tempo todo pelo atendente Resolvi ir direto ao ponto: - Oi, vocês tem este remédio aqui? - Entreguei rapidamente a guia controlada, verde e devidamente carimbada pela vigilância sanitária, e. Ele olhou para mim, estava tranqüilo até certo ponto; olhou novamente, viu o meu estado físico – barba absurdamente comunista, olheiras de porteiro de boate, roupa amassada como se tivesse saído da lavadora – digamos que não era a melhor das visões e resolveu titubear.

- Vejamos, Psicosedin... - Olhava para o computador e para mim, para o computador e para mim...

- Caralho cara, tenho a porra da receita devidamente prescrita, identidade e o dinheiro, pega logo esta merda para mim que eu dou o fora, ok? - Pensei.

- Olha, este medicamento não temos... - falou com uma cara de despreocupado.

- Está bem então, não tem então não tem, certo? - retruquei impaciente.

- Bom, mas era somente isso senhor? Não podemos ajudá-lo em outra coisa? - tentou me consolar.

- Por acaso tem Sulpam? Eu tomava ele antes, me fazia muito bem e tinha poucos efeitos colaterais, se tiver vou querer umas 15 caixas para tomar com cerveja...- falei sério.

- M..M..Mas... - gaguejou o vendedor...

Virei as costas e fui sacar dinheiro, cash, grana viva! Antes de entrar no carro, olhei para o espelho do carro e conclui o porquê da desconfiança do farmacêutico – eu aparentava ter saído de uma REHAB/Manicômio ou algo parecido, realmente, ele tinha razão em, nó minimo, desconfiar do meu estado emocional.

- Dê-me pílulas ou eu te maaaato, falei rindo para o espelho do meu carro!!! Háááá!

Droga, foi culpa da gripe e uma falta de tempo cuidar da aparência, mas sou inofensivo. Agressivo mesmo é o meio que me cerca, as situações na qual sou obrigado a me desvencilhar (sem sucesso). Ele me pegou num mal dia e além do mais, ninguém em são consciência, extorque farmacêuticos.

Parti, então, menos empolgado para uma grande Megastore, agora sim, impossível não ter maldito ansiolítico (que nunca ouvi falar, mas...).

Chegando lá o mesmo ritual, olha receita, olha para a cara do paciente; receita, cara; cara, receita.

- Temos sim, vou pegar para o senhor, três caixas...- disse o jovem atendente.

Eu apenas sorri.

- Ei fulano, onde foi que vocês colocaram o Psicosedin? Não está no armário? - perguntou o vendedor para um outro atendente.

- Calma Fabiano, calma, deve ser apenas um problema de logística, acontece. - Pensei

- Espera aí, vamos conferir senhor, aguarde um instante. (odeio vendedores, ha!)

- Tudo bem, eu aguardo. - disse calmamente.

Estava me sentindo mais fraco, pois devido a gripe e a ressaca da noite anterior, não havia me alimentado o suficiente, resolvi sentar, mas fui interrompido.

- Olha achamos aqui, mas acho que está vencido? - disse ele, completamente constrangido.

- Há, sim e o que eu farei com remédios vencidos? - disse eu aflorando meu lado irônico/impaciente/gripado. - O senhor por acaso quer que eu vá até a vigilância sanitária fazer uma denúncia ou não precisarei ter este trabalho? - Cara faz o seguinte então: – sugeri antes que tivesse qualquer tipo de reação - pega aí um envelope de Coristina D que eu vou embora, estou cansado, gripado e não quero remédios vencidos, obrigado. - desabafei.

- Espera senhor... Carlão, onde está a outra prateleira? Vem aqui logo, o cliente está com pressa! - gritou.

Dois minutos depois chegou com as caixas...

- Desculpe a demora senhor, mas estávamos vendo a prateleira errada...A validade é até o ano de 2011.

- Tudo bem, mas então pegue o meu anti-gripal...porque estou com...

- Senhor, por acaso não quer um remédio melhor para gripe? - Interrompeu-me o maldito homem de branco.

- Não, este aí me faz bem cara, resolve todos os meus problemas como ninguém, me deixa feliz, diminui a coriza da gripe e de quebra ainda gasto pouco.

- Tudo bem senhor, mais alguma coisa? - perguntou assustado.

(Lado irônico on novamente) Há, por acaso tem Sulpam? Eu queria quinze caixas e não tenho receita médica e....

- Como disse senhor? Quantas caixas? - perguntou.

- Amigo, quanto ficou? Tenho pressa. - conclui já me virando para a porta de saída - Espere um instante, preciso da identidade do senhor.

Eu Havia me esquecido que para se adquirir remédios controlados se faz necessário identificação. Sim, claro, me desculpe - fiz questão de sacar a identidade funcional, onde dizia em letras garrafais o que eu fazia.

- Humm, parou e pensou um pouco o vendedor, deve ter entendido o motivo de eu ter pedido tantas caixas de um remédio e sem receita médica....

- Senhor, podemos conseguir caso necessite, da outra medicação que solicitou sem receita médica, damos um “jeitinho” aqui no cadastro e...

- Eu estava brincando meu caro, mas mesmo assim obrigado pela sua prestatividade e pela ética da sua farmácia, mas onde eu pago? - Não se esqueça de colocar meu anti-gripal favorito na sacola e de preferência, com o prazo de validade não vencido.

- R$ 32,50 senhor, pague no caixa por favor!

(Até o presente momento o remédio não fez efeito desejado pelo médico e por mim; somente o anti-gripal mostrou a que veio - como sempre! E agora sim, de barba feita, banho tomado e roupas passadas; mas da próxima vez, ligo para o disk entregas!).


2 comentários:

  1. Ooi Coleega!
    Então ainda não melhorou...

    mmm,bem primeiramente gostaria de te desejar melhoras e também dizer que você escreve muuito bem!

    Continue escrevendo e mantendo o lado irônico ON!


    Até maais=)

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  2. ahahahaha sei que não tem graça
    ,as dei boas gargalhadas com suas deliciosas passagens , mais para quem as lê do que para vc que as vive !!!!!
    Beijos F
    De L

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