Explosão e calmaria ou calmaria e explosão? Juro que os meios não justificaram os fins; e os fins – segundo nossas próprias conclusões – não eram mais permitidos.
Os meios ensejaram sua presença aqui comigo; desta vez sem nenhuma segunda, terceira ou quarta conotação hedonista.
A minha sinceridade - que invariavelmente cai como uma navalha nos seus sentimentos - desta vez serviu como um atenuante, um álibi para que depois não despejasse em cima do meu edredom tudo aquilo que conversamos antes sobre culpas e arrependimentos.
Queria apenas companhia, tomar um chá, ouvir a chuva cair sem parar pelo resto da noite, conversar com alguem em quem confio. O conceito de confiança não está diretamente ligado à amizade como supunha, lá pelas tantas da madrugada, enquanto eu torcia para que o temporal aumentasse e não tivesse condições de te levar. Há pensamentos que nem os melhores amigos entenderiam; e o pior: sequer os sensibilizariam ou se interessariam em compartilhar o meu presumido sofrimento/felicidade.
Para os meus amigos reservo outra parte, bem mais superficial, delgada e menos objetiva - mas não de aparências: uma face real, porém minimalizada em seus pormenores.
Já para os meus cúmplices reservo boas xícaras de porcelana, o aconchego do meu interior e a cara limpa e bem lavada para receber uns bons tapas; ou conforme o momento, o oposto de tudo isso sem nenhuma culpa - aquilo que gosto de falar ao espelho sem pudores, replicar ou suplicar sozinho quando vou dormir.
Estava precisando daquilo que me faz bem e que não me traga outras implicações consigo; e sei que, infelizmente, contigo não será possível novamente, pois as “implicações” são do tamanho dos sonhos de uma mulher de vinte anos, que tem sentimentos e já os deixou bem claro, só mesmo meu míope e esquivo coração que insistem em não querem ver.
Quando digo de precisar, necessidades – estas se resumem a atenção, carinho, afeto, confiança, boas risadas e não precisar omitir nada. Algo como sempre dizemos: - Fale o que está pensando agora!”
Esqueça os conceitos – aquilo que conversamos antes do encontro de ontem; a “roupa suja” que fora lavada à seco goela abaixo semana passada, ficou, por ora imobilizada dentro da minha caixa de e-mail.
Restaram apenas os bons momentos, apesar de saber que nada mudou dentro de ti; e para piorar a situação, reacendi um estopim e não há como negar. Depois de todos os goles do chá, olhei para o fundo da caneca e não vi escrito a palavra “arrependimento”; e acredito esta sensação seja mútua.
Culpa, talvez...mas tentei me esquivar e acabei cedendo às afinidades, à libido, instinto e a falta que o calor humano(verdadeiro) estava me fazendo e por conseqüência a paz interior que isso me proporcionaria depois. E quanto a você – esquivou-se de todas as minhas perguntas cara-a-cara, como que numa forma de fraqueza, intimidação ou mãos atadas em sentimentos.
Infelizmente somos todos culpados e não excluo a minha parcela, que é bem maior do que a sua justamente por estar em posição privilegiada - a de ser o responsável por sujar toda a roupa.
Foi como sempre: vital, único e afetivo, mas com o diferencial do “meio”; do que te trouxe aqui; daquilo que me fez levantar da minha cadeira e ir te buscar. Talvez pense que a necessidade fora somente minha ou que neste momento eu “quis”; talvez pense de tudo um pouco e não chegue a conclusão alguma; talvez reafirme o que me disse sobre fins, finais, extinção e desfecho, mas a vontade foi mútua: (minha e sua), dos meios - daquilo que precisava te falar, desabafar ou ficar apenas quieto, do seu lado.
Incluí-la no rol dos amigos seria imprudente, provamos isso ontem na prática, não temos tal auto-controle e ficar nesta situação; além, de não ser justa às suas aspirações - traz inúmeras conseqüências; dentre elas, as SUA felicidade para daqui alguns anos.
Sera o fim ou o começo de um novo estágio? Uma nova “classificação” para aquilo que odiávamos nominar. O que será? Quando passar o efeito, o seu cheiro desgrudar à força do meu corpo, talvez possamos chegar a inúmeras conclusões sem fim, mas que estão sendo as melhores que já me proporcionou.
Trilha sonora da madrugada chuvosa:
Por que não eu?
Leoni (participação de Herbert Vianna)
Composição: Leoni/Paula Toller/Herbert Vianna
Quando ela cai no sofá
So far away
Vinho à beça na cabeça
Eu que sei..
(...)
Quando ela insiste em beijar
Seu travesseiro
Eu me viro do avesso
Eu vou dizer aquelas coisas
Mas na hora esqueço...
(...)
Por que não eu?
Ah! Ah!
Por que não eu?...
(...)
Eu encomendo um jantar
Só prá nós dois
Se não tem nada prá depois
Por que não eu?...
(...)
Você tá nessa, rejeitada
Caçando paixão
Eu com a cara mais lavada
Digo:
Por que não?...
(...)
Por que não eu?
Ah! Ah!
Por que não eu?
O que será? Como será? Será que será? Porque não eu? E ... porque eu?
ResponderExcluirDeixa o tempo agir, mas não fique a merce dele, esteja sempre a frente de seus desejos.
Fica em paz
Um beijo de luz *
Ah, e dizer que isto vai acabar, que por si mesmo não pode durar. Não, ela não está se referindo ao fogo, refere-se ao que sente. O que sente nunca dura, o que sente sempre acaba, e pode nunca mais voltar.
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