Para F.
...Você foi, dos amores que eu tive
O mais complicado e o mais simples pra mim
(...)
Você foi o melhor dos meus erros
A mais estranha história
Que alguém já escreveu
(...)
Você foi
A mentira sincera
Brincadeira mais séria que me aconteceu
(...)
Você foi
Toda a felicidade
Você foi a maldade que só me fez bem
Você foi
O melhor dos meus planos
E o maior dos enganos que eu pude fazer
(...)
Das lembranças que eu trago na vida
Você é a saudade que eu gosto de ter
Só assim sinto você bem perto de mim
(...)
(Há tempos não recebia uma declaração de amor(…) ou-seja-lá-como-queriam-definir este sentimento; só sei que a sensação, por incrível que pareça é ruim - e o pior de tudo: (o meu defeito mais claro para todos e ainda oculto para mim) - é que eu fui o grande responsável por tudo isso: pelo início e pelo fim; pelo excesso de zelo e pelo descaso; pelas esperanças e pelos cortes; pelos curativos e pelas profundas feridas; pela atração e e pela repulsa; pelos inúmeros sorrisos e pelos litros de lágrimas; pela paixão e agora pelo carinho; pelo início e pelo fim.
Há coisas na vida que devemos realmente guardarmos apenas para si próprios e foi o que eu fiz contigo – e não deveria.
Deveria tê-la exposto, deixado entrar realmente na minha vida, apresentado à minha rotina, às minhas manias e não-somente ao meu computador, meus problemas e minhas necessidades imediatas.
Apesar de sempre termos deixado tudo tão formal quanto um contrato em aberto, ainda me sinto preso e com sentimento de perda - uma sensação que não sei como explicar; talvez precisaríamos de umas dez noites como aquelas, com muitos lenços de papel, sinceridade à toda prova (sobressaltando sobre o medo mútuo de ferirmos com as declarações); recorrermos a o que aconteceu antes ou simplesmente admitir que não fomos feitos um para o outro, porque EU não quis tentar.
Aquilo que devemos guardar para si, está aqui, mas muita coisa ainda tenho que ouvir; seja de você, seja da próxima “felicidade” que bater à minha porta, seja do porteiro, do diabo; terei que ouvir – mas que não seja do meu próprio egoismo, do meu espelho e das minhas (eu disse minhas) necessidades.
E ainda: não há o que reclamar de ti, não há como deitar minha cabeça no meu já bem gasto e cansado travesseiro e dormir tranqüilamente; ou, olhar para você num dia destes - em um bar ou supermercado - e imputar aos conflitos nossa falta de afinidade; jogar a responsabilidade nos seus atos para destilar mea-culpa no meu ego.
A cada relacionamento - indiferentemente do rótulo ou tempo - levo uma lição e nunca mais repito o objeto do “aprendizado”. A impressão que tenho hoje é a de que, chegará um dia em que terei aprendido todas as lições; todas as possíveis e imagináveis, e que um dia não terei mais relacionamentos sequer para proporcionar lições para alguém.
A sensação que fica é a de “e se...”; infelizmente neste “e se...” Há o tempo, outras pessoas envolvidas, objetivos, ideais diferentes e não definitivos e é por isso que me calo aqui – definitivamente. A dor que não meu causou, será provocada em doses cavalares pela minha consciência, em forma de arrependimento, dúvida e porque não: ciumes!
Nunca lidei bem com despedidas, ainda mais desta forma - com consentimento de ambas as partes, concluídas a um consenso, de forma aparentemente tranqüila e sem conflito. Além das suas feridas, sobraram-me meus conflitos; cada qual em sua proporção, milimetricamente medido.
Nossas lembranças, como você mesmo disse, serão as melhores, as mais agradáveis possíveis e confesso que sentirei falta.)
Para N.
...Confesso, acordei achando tudo indiferente
Verdade, acabei sentindo cada dia igual
Quem sabe isso passa sendo eu tão inconstante
Quem sabe o amor tenha chegado ao final
(…)
Não vou dizer que tudo é banalidade
Ainda há surpresas
Mas eu sempre quero mais
É mesmo exagero ou vaidade
Eu não te dou sossego,
Eu não me deixo em paz
(…)
Não vou pedir a porta aberta
É como olhar pra trás
Não vou mentir
Nem tudo que falei eu sou capaz
(…)
Não vou roubar teu tempo,
Eu já roubei demais
(...)
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