sábado, 9 de maio de 2009

Irish coffee.




Primeiros encontros são sempre estranhos – remeto-me às nossas raízes animalescas onde os opostos se olhavam, cheiravam, tateavam e chegavam ou não a um senso comum. Se não, partiam para o ataque brutal; caso sim; procriação era o esperado.

Civilizadamente falando, gosto de conhecer pessoas, conversar, interagir e se por ventura meus encontros casuais virarem primeiros encontros, farei o possível que sejam primeiros e últimos primeiros encontros.

Diferentemente das outras espécies, um passo em falso pode acarretar um entrave, um dessabor e por ventura um não. É um jogo de pequenos e sinceros detalhes – pequenos e sinceros que quando ressonam temos o efeito esperado: tímidos e curtos beijos e acanhadas trocas de carinhos.

Gosto da sensação posterior, a de curiosidade, de leve ansiedade de saber como reagirá a parte contrária. Esperar algo é o mais supérfluo: prefiro a surpresa, o acaso e houver uma afinidade em comum e..: “voilá”.

Esperar, esperar e esperar. Quer situação mais comoda do que esta? Ora, para isso criamos mais espectativas, ansiedade, esperança. Palavras que além de serem pesadas têm efeito devastador na vida de pessoas que se apaixonam fácil.

O grande segredo dos relacionamentos estão nos primeiros encontros – sejam eles reais ou imaginários. Os meus imaginários estão dentro do armário há muito tempo a espera de uma boa companhia, mas os reais são os que mais me surpreendem, os mais improváveis – fruto de parte do acaso com desejo e loucura.

Acontece com menos freqüência, devo admitir; para falar a verdade não os permito muito. Na busca frenética pela felicidade esbarro sempre nas próprias pernas: atropelo tudo, conheço, abraco, beijo, caso, tenho filhos, brigo, separo, volto em questão de horas...

Uma sensação estranha que só mesmo quem é capaz de imaginar sente. Boa a sensação de sentir um corpo que nunca antes fora tocado por ti, fazer-te ficar arrepiado.

Será que devo fechar a janela de vez em quando?

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