Invariavelmente a chuva sempre precede mudanças. Mesmo nas menores intensidades, são ignitoras de significativas alterações climáticas. Passou-me despercebido, mas é final de inverno - a temperatura está agradável; apesar de o sol brilhar incessantemente nos últimos dias, não foi o suficiente para me chamar a atenção.
Um sol que não escalda, que não arde, que não queima; um falso sol.
O sol de inverno me proporciona uma sensação de estagnação, confusão – talvez motivado pela temperatura da estação. Nada bem definido: da temperatura à variação da umidade no ar - escurece durante o dia; o sol nasce mais cedo.
Estou com esta incômoda sensação lentidão; de o relógio trabalhar com tremendo esforço; das pessoas com dificuldade de executar tarefas simples, cotidianas; do bocejo latente na minha expressão. Diferente da preguiça, esta sensação me acompanha apenas durante o dia, cujo momento em que mais tenho contato com o mundo dos outros. Coincidência.
Ensaiei várias vezes levar o cobertor à lavanderia, para enfim guardá-lo até o próximo inverno, contudo o tempo se fecha; chove de forma descoordenada, alternando entre chuvas torrenciais e brandas - e como conseqüência a temperatura diminui.
O cobertor fica; minha proteção, meu involucro, meu aconchego, minha fuga...
Hoje, então, somadas as características, temos uma terça-feira típica de final de inverno. Chove deveras forte, troveja com uma intensidade acentuada e o vento sopra velozmente levando para longe os últimos quatro meses – sinonimo de um final. Logo, depois de um final vem sempre um recomeço.
O cobertor vai para a lavanderia, não fica - é fato! Calor agora só o humano ou quando o sol desacovardar-se.
Amei a sensibilidade do texto...
ResponderExcluirBjs
Não lembro muito bem o que é observar o tempo...
ResponderExcluiro tempo...