quinta-feira, 10 de setembro de 2009

7 de Setembro.




Independência ou morte.
Pouco me passou pela cabeça nesta data, a importância cujo fato histórico resultou na emancipação política do Brasil em relação a Portugal. Na verdade, numa análise análoga dos fatos, fiz um paralelo comigo mesmo para não fugir à regra...

A independência sempre, em qualquer situação, vem precedida de muito sacrifício, muita luta, sangue e dedicação e claro, a escolha - seja qual for o campo: numa guerra ou dentro da sua vida pessoal, é inconcebível voltar atrás. Não deixa de ser uma grande conquista, tanto individual quanto coletiva.

Nada mais satisfatório do que ser independente, poder tomar suas próprias decisões, nortear-se conforme seu entendimento, auto-organizar-se da forma que melhor lhe convier. Auto-determinação.

Independência e/ou morte.
Dependo hoje, apenas das minhas pernas, do meu próprio esforço – físico e mental. Em determinado momento é, sem dúvida, um privilégio; contudo neste final de semana, vi-me o quão caro pode ser esta conquista. E foi; realmente há tempos não dependia de nada nem ninguém, cuja ajuda fosse imprescindível. – para mim foi um sacrifício emocional, quase um retrocesso, porém, infelizmente, não havia outra solução que não...


Não foi uma escolha aleatória, verifiquei a disponibilidade das pessoas - devido ao horário; o grau de amizade, o “coeficiente” de dívida que terei que arcar e a possibilidade de ter que recorrer à outras pessoas, prorrogando assim, a dor causada pelo espinho cravado no meu ego. Fui atendido prontamente, com a maior boa-vontade e prontidão e acredito que seria assim com qualquer um que escolhesse dentre os quais eu selecionei - dada a necessidade e urgência.

Foi dolorido ter que pedir, mesmo sabendo do tamanho do coração e do grau de amizade que cultivo com esta pessoa. Não é o ato de pedir em si, pois isso é corriqueiro, ainda mais entre amigos, mas o que me doeu foi o fato de eu não ter outra solução, senão pedir ajuda.

Senti falta da dependência que tinha para com a família, na qual era gerada um “obrigação” em me ajudar, o que não soaria como uma afronta ao meu ego o fato de recorrer a eles. Tornamo-nos tão independentes que o simples fato de pedir ajuda gera um constrangimento.

Independência e morte.
Eu não estou conseguindo andar: comprar comida, dirigir, pagar minhas contas pessoalmente, levar minha roupa na lavanderia, meu carro para abastecer, ir à faculdade, trabalhar, retornar ao médico, ir à farmácia, atender o telefone fixo...Apesar da dor física que sinto pela cirurgia o que mais me dói e a dor psicológica que isso tudo desencadeou.

Não sei o que dói mais: admitir a dependência das pessoas ou voltar a tê-la.

Um comentário:

  1. Não sei o que dói mais, mas sei o que pode doer menos: saber que existem pessoas no mundo com as quais vc pode contar...
    Se cuida, querido! E pare de me preocupar (ainda que involuntariamente, rs)...
    Bjs
    :-)

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