sábado, 5 de setembro de 2009

Olá Dr.




Dor física: há tempos não a experimentava de uma forma tão intensa e insuportável. Este é o real sentido de dor – sofrimento.

Nosso corpo tem reações instintivas que se entrelaçam para que se mantenha a integridade física a todo instante; eu disse instintivamente. Quando uma bactéria ou algum agente externo invade seu corpo, a primeira providência é expulsá-lo ou englobá-lo para que não se multipliquem mais; para tal ação, se faz necessário um grande acúmulo de células protetoras (leucócitos ou glóbulos brancos) no local. Esta invasão de corpos estranhos num hospedeiro, denomina-se infecção.

A resposta do organismo à todo este “combate” (agente infeccioso X células fagocitistas) intitula-se inflamação. Desta forma, este embate leva a um aumento no calibre dos capilares sanguíneos, elevando a temperatura do local da inflamação, deixando-o com aspecto avermelhado. Já o edema, (inchaço) ou no meu caso, o abcesso, forma-se devido à uma maior permeabilidade vascular aos componentes do sangue, o que leva, literalmente à um vazamento do liquido intravascular para além da matriz extracelular, causando o inchaço.

Tudo isso poderia se resumir em uma palavra: dor insuportável.

Devido ao meu corpo não suprir minha necessidades de defesa, se faz necessário, agora que, agentes externos, (contra-ataque) entrem na corrente sanguínea, na tentativa de desfazer todo este enlace. Para a dor: anti-inflamatório; para a pirexia (febre): anti-térmico; para o agente invasor: antibiótico.

Se nada funcionar (o que já está ocorrendo) será necessário uma invenção cirúrgica aparentemente simples, uma drenagem; cujo objetivo consiste em tirar à força os brigões com uma pequena incisão no local do edema para que vazem literalmente do meu corpo.

Para mim resta ter paciência pois a vida continua: trabalho, congresso, estudo e dor, pois não estava previsto no meu cronograma o aparecimento de uma pequena “ameixa” na minha coxa.

Para o médico, caso a medicação não responda a patologia, um soco bem dado na cara, (chutá-lo não será possível por motivos óbvios), pois serei reavaliado somente na terça-feira e, devido ao tamanho, local e intensidade de dor da lesão, já era para ter me encaminhado para o procedimento cirúrgico.

Até lá tenho pena das pessoas que convivem comigo.

(Muitos devem estar se perguntando: onde eu - estudante de administração e agente penitenciário – sabia destes detalhes técnicos sobre processos inflamatórios, histologia, sistema imunológico e farmacologia; pois bem, não foi o médico que me disse, pois ele sequer aferiu minha temperatura; olhou apenas por cima e disse: - “Cara agora entendi porque você está mancando, isso dói e pode se preparar que vai doer mais ainda, mas não se preocupe, tome estes remédios aqui, se não resolver vamos cortar isso fora”. Deu a receita, cujos remédios eu já os tomara por conta do “meu” diagnóstico (auto-medicação) desde a quarta-feira e disse para eu ir para casa.
Na verdade estes conhecimentos foram adquiridos numa das meia-dúzia de faculdades que eu comecei e nunca terminei e uma destas incluem-se a de enfermagem, biomedicina.
Caso necessário, espero que o procedimento cirúrgico me renda alguns dias de descanso...)






Um comentário:

  1. ahahahaha FA, sei que deveria ser solidária com sua dor física,porém não resisti sua genialidade em escrever sobre dor de forma a me fazer rir frente a máquina srs...Ai como é bom estar com vc todos os dias...
    Bom domingo e espero sinceramente que melhore e aproveite o que virá de melhor!
    beijos
    L

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