terça-feira, 15 de setembro de 2009

O casamento dos meus melhores amigos.




Sei que um dia você vai me perdoar, talvez não vá entender e com razão - entretanto ficará extremamente magoado comigo. Na verdade ainda não sei como vou te dizer isso, mas meu querido amigo...

...eu não vou pode ir ao seu casamento.

A minha consciência não me deixaria, juntamente com a minha saúde, pois ainda não me recuperei na totalidade. Elas que tantas vezes foram ignoradas nos nossos inúmeros encontros, conversas, jantares, festas, churrascos, risadas, lágrimas, mudanças, dúvidas; agora me pressionam de tal forma que não vejo outra solução que não desejar de longe os votos de felicidades eternas para você e a sua futura esposa.

Eu havia prometido silenciosamente ir em todas as comemorações ou decepções dos meus melhores amigos, mesmo que isso custasse meus objetivos, obrigações – abriria mão do que fosse, mas desta vez não posso abrir mão de mim mesmo, dos problemas que passei nestes últimos dias e dos compromissos que assumi ou dos que me foram designados.

Vai ser muito triste não me ver nas fotos do seu casamento, acredite – principalmente para mim, justamente pelo conceito que eu tenho de amizade e por tudo o que passamos nestes últimos dezesseis meses de convívio. Parece pouco tempo, mas foi o suficiente para que eu me sentisse a pior pessoa do mundo por não estar com vocês neste momento tão importante da sua vida.

A forma como nos conhecemos não poderia ter sido mais inusitada: eu levando-os para conhecer a tríplice fronteira e me perdendo em todos os pontos turísticos noturnos: encontramo-nos nas melhores qualidades que os amigos podem ter: fidelidade, companheirismo e profissionalismo acima de tudo. Viramos os "brothers"; seleto grupo onde ninguém entrava e ninguém saía, exceto quando namorava, mesmo assim, poderia voltar quando quisesse.

Suas melhores qualidades; sim sua futura esposa - independente de eu a conhecê-la ou não é uma mulher de sorte – é o tamanho do seu coração, alegria de viver e sua empolgação com tudo. Eu nunca o vi triste. Confesso que às vezes estava mal e o procurava apenas para que compartilhasse comigo sua energia vital.

Eu não vou no seu casamento e sei que me arrependerei pelo resto da vida. Vou perder a viagem com todos os meninos reunidos, as despedidas de solteiro e as cinqüenta garrafas de whiskey.

Eu me lembro de uma mensagem que me mandou no celular logo após o réveillon de 2009 e para a minha sorte o aparelho quebrou, pois se a a relê-se jogaria tudo para o alto e iria para o seu casamento; sobre o início da frase, conversaremos pessoalmente, quando tomar coragem e dizer que eu não vou poder viajar para ir ao seu casamento. Não tem noção de como eu estou me sentindo mal por isso.

“[...] a festa nunca pode parar Biano...” (Cassiano S.).

Não consigo dormir; não faço a mínima idéia de como vou falar isso pessoalmente, qualquer empecilho que eu colocar será esmagado pelo convite com meu nome escrito em letra manual, tal como qualquer convite para casamento - com o advento de ser o convite para o casamento de um dos dos meus melhores amigos.

Felicidades meu querido amigo e me perdoe!

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